CINQÜENTA TRABALHADORES DESEMPREGADOS VÃO A JULGAMENTO EM BAHÍA BLANCA - REPÚBLICA ARGENTINA, POR REIVINDICAR EMPREGO ANTE A EG3-PETROBRÁS DO BRASIL
EG3-Petrobrás do Brasil quer condenar trabalhadores de Bahia Blanca por pedirem trabalho e pão e por lutarem por liberdade
Bahía Blanca (República Argentina) - Questionar a atividade da transnacional – EG3- Petrobrás do Brasil – na Argentina não é somente mergulhar fundo na indagação do porque do desconforto da comunidade de Bahía Blanca causado pelo emaranhado de dutos de produção de hidrocarbonetos pelas transnacionais instaladas na Argentina. 50 trabalhadores argentinos acusados pela EG3-Petrobrás do Brasil poderão ser julgados e condenados antes do final do ano. Esta é uma tentativa de repressão da Petrobrás do Brasil contra 50 trabalhadores argentinos desempregados que se mobilizaram no ano 2002 reivindicando trabalho e pão, e liberdade. É a primeira vez que uma tentativa de condenação dessa magnitude é estabelecida por uma das transnacionais petrolíferas
instaladas na Argentina e que pode abrir grave precedente em toda a América Latina para reprimir os trabalhadores Sul-americanos, principalmente os desempregados que lutam por trabalho e pão, e por liberdade. O julgamento teoricamente deve ocorrer a partir do dia
9 até 16 de dezembro para os 50 trabalhadores acusados pela EG3- Petrobrás do Brasil, mas pode ser que seja adiado, o que é uma ordem dos advogados dos trabalhadores argentinos desempregados de Bahia Blanca. Um grande ato de protesto está sendo preparado para os
dias do julgamento condenatório com a presença de personalidades políticas e dirigentes sindicais e populares. É essencial que todos os trabalhadores brasileiros façam chegar adesões de solidariedade aos 50 trabalhadores argentinos desempregados que estão sendo condenados pela EG3-Petrobrás do Brasil no território argentino.
Falar da Petrobrás do Brasil na Argentina é falar - em diferentes porcentagens de participação acionária - da Mega S.A., Transportadora Gas do Sul S.A. (TGS), Refinaria do Norte S.A. (Refinor) e Oleoducto del Valle S.A. - gás e hidrocarburos -; Pasa Fertilizantes S.A., Petroquimica Cuyo S.A. e Innova S.A. - química/petroquímica -; Transener S.A., Transba S.A., Yacylec S.A., Central Hidroeléctrica Pichi Picún Leufú, Hidroneuquén S.A., Genelba S.A., Edesur S.A. e Enecor S.A. -eletricidade -, Compañia de Inversiones de Energia S.A. e Enron de Inversiones de Energia S.C.A. – fondos de inversión -. A participação da Petrobrás do Brasil nestas e outras companhias, em
Bahia Blanca, configura uma trança de interesses com Repsol YPF, Dow Chemical,Chevron-Texaco, Pluspetrol, Grupo Dolphin, Endesa e um largo etcétera.
Durante seis meses do ano de 2001, os trabalhadores desempregados de Bahía Blanca estiveram solicitando trabalho frente à Prefeitura da cidade. Depois da jornada, sempre lembrada, dos dias 19 e 20 de dezembro, eles insistiram na exigência da Prefeitura concretizar as promessas que garantiam o retorno aos postos de trabalho, retirados
pelo processo de privatização nos anos 90. Mas antes da promessa morta que significa a fala dupla das autoridades: de prometer e não cumprir, os trabalhadores resolveram acrescentar uma medida nacional de recuperar os milhares de postos genuínos de trabalho que foram cortados pelas multinacionais petrolíferas durante a fase de privatização dos anos 90.
Em Bahía Blanca, os postos de trabalho foram exigidos à EG3 (que estava naquele momento em processo de transferência para Petrobrás). Durante 2 dias inteiros, e no fim destes 2 dias, a única resposta dada pela EG3-Petrobrás do Brasil para esta reivindicação, legitima e justa, foi impor pela força policial a repressão violenta e brutal para esses trabalhadores que, sob o efeito de gás lacrimogêneo, foram golpeados e baleados, sendo processados todos os detidos. Os 50 trabalhadores argentinos desempregados que sofreram repressão e receberam golpes e balas da polícia, a mando da EG3-Petrobrás do Brasil, todos foram condenados em 28 de fevereiro de 2002, por reclamar postos de trabalho e fazer um pedido expondo suas ecessidades básicas urgentes. A EG3-Petrobrás do Brasil considera um delito pedir trabalho e solidarizar com os reclames do povo oprimido da América Latina. É assim que, por reivindicar seus postos de trabalho, 50 trabalhadores argentinos desempregados, desde os anos 90, poderão ser condenados a partir de 9 até 16 de dezembro deste ano, entre eles o companheiro Roberto Gavilán, Secretário de Saúde e Ação Social del Suteba Bahía Blanca.
Nós pedimos a solidariedade e a adesão à Campanha Nacional e Internacional para retirada dos processos condenatórios, mantido pela EG3-Petrobrás do Brasil, dos 50 baienses lutadores.
Não ao julgamento condenatório – mantido pela EG3-Petrobrás do Brasil - de trabalhadores por pedir Trabalho e Pão!
Não à criminalização – imposta pela EG3-Petrobrás do Brasil - do protesto social!
Retirada dos Processos Condenatórios – mantidos pela EG3-Petrobrás do Brasil - urgente, de todos os lutadores por trabalho, pão e Liberdade!