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Um sindicato de trabalhadores, pela sua própria natureza, é a linha de frente na defesa por melhores salários, condições de trabalho dignas e a manutenção de direitos conquistados. Sua essência é a luta contra a precarização e a exploração patronal. No entanto, a direção do Sindipetro AL/SE envia um comunicado aos seus empregados e, mais uma vez, revela a chocante e perturbadora contradição, levantando a incômoda pergunta: para quem, afinal, a direção do Sindipetro trabalha?
 

O documento, datado de 30 de maio de 2025, é um duro golpe nos princípios que a entidade deveria zelosamente defender. Sob a justificativa do “insucesso nas negociações” para um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de seus empregados, o sindicato informa que, a partir de 1º de junho de 2025, as relações de trabalho com seus empregados serão regidas integralmente pela CLT. Esta é a primeira e mais gritante falha. Uma direção que não consegue negociar um acordo coletivo com seu próprio quadro de trabalhadores, que já estão há mais de três anos sem reajuste salarial e ainda rebaixa os direitos ao patamar mínimo da legislação trabalhista, demonstra uma fraqueza que beira a covardia. O ACT é o símbolo da conquista sindical e abrir mão dele é uma rendição.

Outro ponto crítico reside na reestruturação do Plano de Saúde. O comunicado informa que a conquista, antes garantida pelo ACT, agora dependerá da “adesão individual”. Pior ainda, essa direção do Sindipetro, agindo como um patrão que busca cortar custos a todo vapor, impõe um aumento na participação dos trabalhadores, elevando de 20%, percentual mantido por mais de 15 anos conforme o ACT, para 30%, enquanto o sindicato custeará 70% do plano. Os trabalhadores responderam com um claro não a essa proposta indecente.

A justificativa para tal medida é a cereja do bolo da hipocrisia: a decisão foi tomada para alinhar-se “aos mesmos moldes que hoje são praticados pela Petrobras”. É estarrecedor. O sindicato, que historicamente diz combater as políticas de transferência de custos para o trabalhador nas mesas de negociação, adota exatamente a mesma prática contra seus empregados. É a materialização do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Em vez de servir de exemplo e oferecer condições superiores, o Sindipetro aplica sobre seus empregados a mesma régua que tanto critica na conduta do seu padrão.

Até mesmo o “anuênio”, um benefício por tempo de serviço, é maquiado como uma vantagem. O sindicato afirma que manterá o pagamento, incorporando-o ao salário, mas com uma ressalva fatal: “sem a progressão do percentual de agora em diante”. Na prática, congela-se um direito, eliminando qualquer valorização futura pela dedicação e tempo de casa do empregado. É a precarização disfarçada de manutenção.

A atitude da direção do Sindipetro AL/SE, revelada neste comunicado, é mais do que uma simples medida administrativa. É uma traição aos trabalhadores do Brasil que lutam pela manutenção de direitos e conquistas, e contra os patrões exploradores. Ao tratar seus empregados com a mesma régua gerencialista e focada em redução de custos que sempre condenou no patronato, o sindicato perde sua autoridade moral e legitimidade. Como poderá, com que cara, sentar-se à mesa com a Petrobras para exigir direitos que nega a seus próprios trabalhadores? Este comunicado não é apenas um informe, é um atestado de que, quando a cadeira muda de lado, os princípios se tornam perigosamente flexíveis. O documento está disponível para leitura na íntegra.

comunicado clt