Ao longo dos anos, o movimento sindical tem enfrentado desafios internos, com uma crescente divergência entre o ideal sindical e o perfil dos dirigentes. No Sindipetro AL/SE, a falta de transparência no processo eleitoral gerou questionamentos na Justiça, e muitos dos atuais dirigentes não possuem histórico de militância sindical, ingressando no sindicato apenas após a aposentadoria. Outros parecem mais interessados em usufruir do poder da máquina sindical do que em defender os direitos da classe trabalhadora. Essa postura autoritária, alinhada a interesses patronais, afronta os valores de solidariedade e justiça social, desvirtuando a luta por igualdade e ameaçando a união de classe que sustenta o movimento sindical.
Nos últimos meses, os empregados do Sindipetro em Sergipe têm sofrido com uma situação desafiadora e preocupante dentro do movimento sindical. Em vez de priorizar a defesa dos direitos da classe trabalhadora, a atual gestão do Sindipetro AL/SE tem adotado posturas que impactam negativamente o ambiente de trabalho, incluindo práticas como assédio moral e perseguição aos seus empregados. Além disso, essa direção tem promovido a retirada de direitos e conquistas históricas, bem como realizado demissões arbitrárias motivadas por razões políticas.
Além de práticas abusivas, a atual direção do Sindipetro tem judicializado vários processos, incluindo um dissídio coletivo que visa eliminar a cláusula de ultratividade do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), um direito conquistado há mais de vinte anos e ratificado pela própria direção com o aval de sua advogada. A retirada dessa cláusula e a solicitação para que o reajuste retroativo não seja pago aos empregados, deixando-os há três anos sem correção salarial, resultam em perdas acumuladas e salários defasados, aumentando a pressão financeira sobre as famílias e ameaçando a dignidade no trabalho. Embora a direção justifique suas ações com dificuldades financeiras e necessidade de reestruturação, essas explicações parecem ser um pretexto para reduzir os direitos dos trabalhadores, seguindo o discurso comum de empresas que cortam custos à custa de seus empregados.
A alegação de falta de recursos do Sindipetro não condiz com a realidade, especialmente quando se observa que, em vez de priorizar as necessidades dos trabalhadores, a entidade tem feito investimentos questionáveis, como a compra de veículos novos à vista, reformas dispendiosas e o patrocínio de um time de futebol. Dado que o Sindipetro não comercializa produtos ou serviços, esse gasto parece mais uma estratégia para promover a imagem de uma direção sindical profundamente desmoralizada, sem oferecer qualquer retorno político ou financeiro significativo para aposentados e trabalhadores ativos. Em um cenário de crise financeira, esses gastos levantam sérias dúvidas sobre a real intenção por trás dessas ações.
Os empregados do Sindipetro AL/SE estão em luta há mais de 233 dias, enfrentando uma situação extremamente difícil e injusta. Com coragem, resistência e determinação, eles combatem as atitudes maquiavélicas e a falta de empatia de dirigentes que abusam do poder econômico da entidade para perseguir e demitir aqueles que, por anos, estiveram ao lado dos petroleiros na luta contra a privatização da Petrobras. Não haverá trégua enquanto não forem garantidos a manutenção do acordo coletivo, o retorno de Cacau e Alberto aos seus postos de trabalho, e a retirada das advertências impostas a Paula e Norclécia.